Vivemos tempos desafiadores, em que a administração pública precisa de coragem para enfrentar a inércia e implementar transformações profundas. O chamado choque de gestão não é apenas uma ideia; é uma necessidade para responder às demandas de uma sociedade cada vez mais atenta e exigente. Contudo, com cada avanço, é inevitável que surjam resistências, especialmente daqueles que, acomodados no marasmo, torcem contra a mudança.

É curioso observar como essas resistências se manifestam. Enquanto enfrentamos crises, sejam elas financeiras, sociais ou estruturais, há quem enxergue nas dificuldades apenas um pretexto para reclamar, sem, no entanto, oferecer soluções ou reconhecer os esforços de quem luta para fazer diferente. São vozes que amplificam pequenos problemas, tentando obscurecer os ganhos maiores, alimentando um ciclo de críticas infundadas que, na prática, contribuem para perpetuar o status quo.

O choque de gestão, por sua própria natureza, desagrada os que lucram com a desordem. Ele exige cortes de privilégios, racionalização de recursos e, muitas vezes, escolhas difíceis. No entanto, ele também carrega consigo a promessa de um futuro melhor, pautado pela eficiência, responsabilidade e pela entrega de resultados. Para os que se beneficiavam do caos, essa mudança representa uma ameaça; para os que temem o novo, é um convite ao inconformismo.

Aqui, cabe uma reflexão: até quando permitiremos que as vozes do imobilismo ditem o ritmo do progresso? Reclamar por “coisa pouca” é não enxergar a complexidade de administrar em tempos difíceis. É preciso reconhecer que as soluções fáceis são, muitas vezes, armadilhas, e que os avanços verdadeiros demandam sacrifício, paciência e persistência.

O choque de gestão não é inimigo da sociedade, mas seu aliado. Ele é o passo necessário para sair do ciclo do improviso e avançar rumo à transformação que todos almejamos. Mas essa mudança só será possível se formos capazes de ultrapassar o ruído dos que torcem pelo fracasso e nos unirmos em torno de um objetivo maior: construir um país que valorize o trabalho sério, a inovação e o comprometimento com o bem comum.

Que fique claro: não há progresso sem resistência, mas também não há resistência que prevaleça diante de uma gestão focada e determinada. É tempo de escolher entre o marasmo e a coragem de mudar. E a escolha, mais do que nunca, está em nossas mãos.


Fonte: Alcides Bulhões 

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